Coentro: por que algumas pessoas amam e outras odeiam?
- Anny Mentges
- 18 de out.
- 2 min de leitura
Quando o assunto é coentro (Coriandrum sativum), dificilmente existe meio-termo: há quem adore o sabor fresco e herbal dessa erva e quem não suporte nem sentir o cheiro. Mas você sabia que essa diferença pode ter explicação na genética?

O sabor de “sabão”
Pesquisas científicas mostram que algumas pessoas possuem variantes em um gene chamado OR6A2, responsável por detectar moléculas chamadas aldeídos. Esses compostos estão presentes no coentro fresco — mas também em sabões e detergentes.Por isso, quem tem essa variação genética acaba associando o coentro ao gosto de “sabão” ou “mofo”, rejeitando a erva.
Genética + cultura
Estima-se que de 3% a 15% da população mundial apresente essa aversão, mas o número varia de acordo com a região.Em países e culturas onde o coentro é amplamente utilizado (como Índia, México e Nordeste do Brasil), as pessoas acabam se acostumando mais ao sabor, mesmo que geneticamente tenham predisposição ao estranhamento inicial.
Não é frescura!
Muita gente acredita que não gostar de coentro seja “frescura”, mas a verdade é que há um fator biológico envolvido. Amar ou odiar coentro não depende apenas de gosto pessoal: o DNA tem um papel importante nessa história.
Folhas x Sementes: sabores diferentes
É importante lembrar que a folha e a semente do coentro têm sabores muito distintos:
As folhas carregam os compostos responsáveis pelo gosto que lembra sabão em algumas pessoas.
Já as sementes de coentro (também chamadas de coriandro) possuem um aroma cítrico, quente e levemente adocicado, nada parecido com o das folhas.
As sementes são muito usadas em preparos como pães, marinadas, curries indianos, conservas, chás digestivos e até em licores.Ou seja, mesmo quem detesta as folhas pode gostar das sementes — já que o DNA não influencia da mesma forma a percepção desse sabor.
Curiosidades históricas
🌍 Uma das ervas mais antigas do mundo: registros mostram que o coentro já era cultivado há mais de 3.000 anos, sendo citado em textos sânscritos, papiros egípcios e até na Bíblia.
🏺 Sementes de coentro foram encontradas em túmulos egípcios, indicando que eram usadas tanto na culinária quanto em rituais funerários.
⚔️ Os romanos levavam sementes de coentro em suas campanhas militares para conservar carnes.
Benefícios para a saúde
O coentro, em suas diferentes formas, oferece propriedades interessantes:
Folhas: ricas em vitaminas A, C e K, além de antioxidantes que ajudam a combater radicais livres.
Sementes: auxiliam na digestão, reduzem gases, têm efeito calmante e podem ajudar no controle do colesterol.
Óleo essencial: usado em aromaterapia com efeito estimulante e no alívio de dores musculares.
Importância cultural
O coentro é símbolo de identidade em várias cozinhas:
🌮 México: ingrediente fundamental em guacamoles, tacos e salsas.
🍛 Índia: folhas e sementes são base de curries e chutneys.
🍲 Nordeste do Brasil: presença indispensável em caldos, peixes, moquecas e feijão verde.
Em alguns lugares, o coentro é tão essencial que não existe prato típico sem ele. Em outros, é motivo de polêmica à mesa!
✨ Conclusão: Se você ama o coentro, aproveite sem culpa. Se você o detesta, saiba que a ciência explica — e que não é frescura alguma! E mesmo quem não suporta a folha pode se surpreender com o sabor agradável da semente.








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