Você pode ter mais de um DNA no seu corpo? Entenda o fascinante fenômeno do quimerismo
- Anny Mentges
- 21 de jul.
- 3 min de leitura
Parece ficção científica, mas é real: algumas pessoas no mundo vivem com dois códigos genéticos diferentes no próprio corpo — e nem desconfiam disso.
Esse fenômeno intrigante é chamado de quimerismo, e nos convida a repensar tudo o que achamos que sabemos sobre identidade genética.

O que é o quimerismo?
Na biologia, o quimerismo é uma condição rara em que um mesmo organismo possui duas ou mais linhagens celulares com material genético distinto. Isso pode acontecer, por exemplo, quando dois embriões se fundem ainda no útero e formam uma única pessoa — com células provenientes de dois zigotos diferentes.
O resultado? Uma verdadeira "quimera" humana: um corpo com identidades genéticas múltiplas, convivendo em perfeita harmonia... até que um exame revela o segredo.
A ficção imitando a vida: CSI e o caso do DNA duplo
A série CSI: Crime Scene Investigation levou o tema ao grande público no episódio “Bloodlines” (Temporada 4, Episódio 23).Nessa história, um homem acusado de estupro tem seu DNA excluído como prova — até que os peritos descobrem que ele é um quimera tetragamético.Ou seja: parte de seu corpo (o sangue) tem um DNA, enquanto outras partes (como o sêmen) carregam o código genético de um irmão absorvido ainda no útero.Um detalhe visual marcante do episódio é o aparecimento das linhas de Blaschko, padrões de pigmentação que podem surgir em quimeras reais.
A trama, baseada em casos documentados pela ciência, mostra como o quimerismo pode confundir até mesmo testes genéticos forenses.
Casos reais de quimerismo em pessoas conhecidas
O quimerismo já foi identificado em algumas personalidades que viralizaram após passarem por situações inexplicáveis — até que a ciência deu a resposta:
🧬 Lydia Fairchild
Em 2002, Lydia quase perdeu a guarda dos filhos após testes de DNA indicarem que ela não era a mãe biológica. Após muita investigação, descobriu-se que ela era uma quimera: seu útero carregava células com um DNA diferente do presente no sangue.
🧬 Taylor Muhl
Cantora e modelo dos Estados Unidos, Taylor descobriu ser quimera após notar uma linha vertical de coloração diferente na pele do seu torso. Seu corpo abriga dois DNAs distintos — um deles seria o de uma irmã gêmea absorvida no útero.
🧬 Karen Keegan
Em um caso relatado no New England Journal of Medicine, Karen necessitava de um transplante de rim, mas exames mostraram que seus filhos não eram compatíveis com ela em termos genéticos. Após investigação, concluiu-se que ela também era uma quimera natural, com tecidos contendo DNAs diferentes.
E o que a Constelação Familiar diz sobre o quimerismo?
Embora o quimerismo seja um fenômeno amplamente estudado pela ciência médica e genética, ele também desperta interesse em abordagens mais simbólicas, como a Constelação Familiar Sistêmica, desenvolvida por Bert Hellinger.
Na visão sistêmica, alguns consteladores interpretam o quimerismo — especialmente na forma de microquimerismo gestacional — como uma manifestação sutil da presença energética de membros do sistema familiar, muitas vezes irmãos não nascidos, gêmeos não reconhecidos ou embriões absorvidos. Em linguagem simbólica, essa "duplicidade celular" seria vista como a materialização física de um vínculo oculto ou não integrado na árvore genealógica.
Há ainda menções ao fato de que células do bebê podem permanecer no corpo da mãe por anos após a gestação, o que na biologia é chamado de microquimerismo materno. No campo sistêmico, esse fenômeno é interpretado como um traço da conexão profunda entre mãe e filhos, mesmo quando a relação é interrompida precocemente.
Importante destacar que essa abordagem não se apoia em evidências científicas, mas sim em percepções simbólicas e fenomenológicas utilizadas nas sessões de Constelação. Para muitos praticantes, o corpo pode expressar informações do sistema familiar de forma sutil — inclusive por meio de padrões genéticos atípicos como o quimerismo.
Afinal, quantas versões de nós existem dentro de nós?
A ideia de que podemos carregar mais de uma assinatura genética no próprio corpo é não só cientificamente fascinante, mas também simbolicamente poderosa. Somos múltiplos até em nível celular?
📌 O quimerismo é um convite à reflexão — e um lembrete de que a natureza está cheia de mistérios esperando para serem desvendados.
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